A vazão do rio Ebre em sua passagem por Tortosa durante o último ano hidrológico (de outubro de 2023 a setembro de 2024) foi de 7.350 hectômetros cúbicos (hm³), segundo dados divulgados pela Confederação Hidrográfica do Ebre (CHE). Esse número está 13% abaixo da média dos últimos 25 anos, que é de 8.500 hm³, mas é o dobro do ano anterior, quando foram registrados apenas 3.205 hm³, a menor vazão da série histórica.
De acordo com os dados da estação hidrométrica número 27 de Tortosa, a vazão média mensal durante o ano hidrológico recentemente encerrado foi de 233,3 metros cúbicos por segundo (m³/s), enquanto a do ano anterior foi de apenas 102 m³/s. Os meses mais secos foram outubro, julho e agosto, com contribuições médias mensais de 84, 102 e 102 m³/s, respectivamente. Por outro lado, os meses com maior vazão foram março e abril, com 702 e 417 m³/s, respectivamente. As médias mensais do último ano hidrológico têm ficado abaixo da média dos últimos 25 anos, exceto nos meses de abril, março e setembro, que a ultrapassaram.
Desde a década de 80, o caudal do Ebro que desagua no mar tem mantido uma certa estabilidade, apesar das oscilações anuais. Durante essa década, a vazão média anual em Tortosa foi de 9.502 hm³; na década de 90, de 8.951 hm³; em 2000, de 9.051 hm³; e em 2010, de 9.153 hm³. Porém, na década atual, passados apenas quatro anos hidrológicos, a média é de 6.098 hm³, 33,3% a menos. Esses dados contrastam fortemente com os das décadas de 60 e 70 do século passado, quando foram registradas vazões médias anuais de 16.842 e 14.051 hm³, respectivamente.
Relatório hidrológico
De acordo com o relatório hidrológico 2023-24 elaborado pelo CHE, ao qual Setmanari l’Ebre teve acesso, a precipitação média do ano hidrológico foi de 650 l/m², 14% a mais que a média dos últimos vinte anos. Espacialmente, a margem esquerda do Ebro registou quantidades de precipitação anual superiores à média, com um excedente médio de 20-30%. Na margem direita, a precipitação tem estado muito próxima da média.
No conjunto da bacia, a distribuição da precipitação tem sido diversificada: o trimestre de Outubro a Dezembro foi seco, o trimestre de Janeiro a Março muito húmido, o trimestre de Abril a Junho muito seco e o verão muito húmido.
No entanto, o excedente de precipitação deste último ano hidrológico não foi suficiente para compensar o défice acumulado durante os anos hidrológicos de 2021-22 e 2022-23. Uma grande parte da bacia do Ebro saiu da situação de seca generalizada destes anos, mas ainda permanece nas cabeceiras do Ebro.
Durante 2023-24, os principais afluentes do Ebro que tiveram contribuições acima da média no seu troço final foram o Arga, o Aragão, o Gállego e o Cinca, com destaque para o Aragão, que duplicou a sua contribuição face à média do 25 anos anteriores, superado apenas pelos anos 2012-13 e 2017-18. Os restantes cursos dos rios que desaguam no Ebro, tanto da margem esquerda como da margem direita, tiveram contribuições inferiores à média.
Atualmente, a reserva de água do reservatório é de 4.575 hm³ (58,5%), muito superior à de um ano atrás, que era de 2.900 hm³ (37%), e ainda superior à média dos últimos cinco anos nesta data, que é de 3.670 hm³ ( 47%).
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